"Quando você filma um diário, o filme substitui a vida. É uma grande experiência. E enquanto você está na mesa de edição, também é muito prazeroso porque você tem controle sobre sua vida – suas crises, suas dores. Você pode recriar a vida ou fragmentá-la. Sobretudo, você pode criar harmonia. Quando você retorna à vida real, ela é muito menos har­moniosa, dura muito mais do que seis horas”. Nascido no Rio de Janeiro, em 1930, David Perlov foi para Paris em 1952 para estudar pintura, mas decidiu fazer cinema depois de ver Zero de conduta, de Jean Vigo. Torna-se assistente de Henri Langlois, na Cine­mateca Francesa e realiza seu primeiro curta-metragem em 1957, Tante chinoise et les autres, a partir de desenhos de um menina de 12 anos. Em 1958 muda-se para Israel. Em Tel Aviv, a partir de 1973, durante dez anos, registra o seu cotidiano em um filme dividido em 6 partes de cerca de 55 min. cada.