Sinopse
Com suas frases lapidadas exaustivamente, suas palavras precisas, o romance Bouvard e Pécuchet, do francês Gustave Flaubert, atravessou o tempo sem perder seu impacto e sua força expressiva. Publicado originalmente em 1881, permanece sendo “literalmente uma obra de vanguarda”, como dizia Roland Barthes.
A nova tradução, publicada agora pela Editora Estação Liberdade, mantendo-se fiel às edições críticas francesas, traz notas explicativas e os roteiros manuscritos que o escritor deixou para o final da primeira parte do romance, bem como para a segunda parte, como o famoso “Dicionário das idéias feitas”. Conta também com um ensaio de Guy de Maupassant, escrito por ocasião do lançamento da obra, e com uma apresentação, assinada pela especialista Stéphanie Dord-Crouslé, sobre a construção do livro e sua revolucionária estrutura narrativa.
Nesse romance, Flaubert coloca em cena dois personagens crédulos, os escreventes Bouvard e Pécuchet, que, caminhando na rua, na hora do almoço, sentam num mesmo banco de praça e acabam se tornando grandes amigos. O sonho desses dois “homenzinhos”, como o escritor a eles se referia, era conseguir largar o trabalho insano de copistas para se dedicarem aos estudos, aos altos conhecimentos, científicos ou não, do mundo.
Um dia, um deles recebe uma bela herança, suficiente para passar o resto da vida sem trabalhar em escritório. Combinam, então, trocar a vida parisiense pela vida no campo, onde poderiam se dedicar aos estudos e às experiências, procurando pôr em prática, nesse laboratório da natureza, tudo que aprenderiam nas grandes obras de referência.